sábado, 28 de março de 2009

Apegos...

(Texto elaborado por: Paulo Chaves)
Para se eliminar a infelicidade é necessário descobrir o que a está causando e examinar esta causa de maneira resoluta, e ela desaparecerá automaticamente. E ao examinar com atenção, se verá que existe uma coisa e só uma coisa trazendo infelicidade. O nome desta coisa é apego, um estado emocional de obstinação causado pela crença de que sem determinada coisa ou pessoa você não pode ser feliz.
Este estado emocional de apego compõe-se de dois elementos: um positivo e outro negativo.
POSITIVO - lampejo de prazer e arrebatamento. A emoção que você sente quando consegue aquilo a que tem apego.
NEGATIVO - sensação de ameaça e ansiedade que sempre acompanha o apego.
A tragédia do apego reside em: “Se você não conseguir o objeto dele, ele traz infelicidade. Mas se o conseguir, ele não traz felicidade”. Procurar um apego sem infelicidade é o mesmo que procurar água sem umidade.
PARA VENCER A BATALHA DOS APEGOS
Primeira verdade: Está se agarrando a uma falsa crença, isto é, a crença de que sem essa determinada pessoa ou coisa não será feliz. Quando conseguir ver através da contemplação esta verdade, o apego perderá sua força.
Segunda verdade: Se apenas desfrutar as coisas, recusando-se a aceitar a falsa crença de que não será feliz sem elas, será poupado de toda a luta e tensão emocional para protegê-las e guardá-las para si.
Já lhe ocorreu que pode conservar todos os objetos de seus apegos sem desistir deles, sem renunciar a um só deles e apreciá-los ainda mais, sem se apegar, sem se amarrar a eles porque agora está em paz, descontraído, sem se sentir ameaçado ao usufruí-lo?
Terceira verdade: Se aprender a apreciar o perfume de mil flores não se apegará a uma só, nem sofrerá quando não puder obtê-la. Se tem mil pratos prediletos, a perda de um não será notada e deixará sua felicidade intacta. Porém, são precisamente seus apegos que o impedem de desenvolver um gosto mais amplo e mais variado pelas coisas e pelas pessoas.
À luz dessas três verdades, nenhum apego sobrevive.
Os apegos só vicejam nas trevas da ilusão.
Do Apego à Libertação Texto elaborado por: Sandra Chaves
O apego que, em primeira instância, nos remete a uma sensação prazerosa de bem-querer, de segurança, de estabilidade, etc., também nos revela lá no íntimo da nossa consciência a polaridade dessas mesmas sensações, tais como, insegurança, instabilidade e a evidência iminente de sofrimento.
O Budismo nos alerta mostrando que qualquer tipo de sofrimento tem como causa primária - o apego. Portanto, o ditado popular que diz “por trás de todo riso há uma tristeza” parece sabiamente mostrar, sob este prisma, a veracidade budista.
Entretanto, natura non facit saltus, a natureza não dá saltos, e o homem almejando a libertação ao desenvolver as qualidades do corpo emocional é presa fácil e fatalista desse sedutor inebriante chamado apego.
Só com a vivência e compreensão desse estado emocional é que o homem descobre por si mesmo, através de sua experiência holossomática, que o apego escraviza ao mesmo tempo em que parece libertar.
Apegar-se significa identificar-se com o objeto, pessoa ou situação que para nós é desejosa e que imaginamos não encontrar a felicidade sem o objeto do nosso desejo. E assim, mergulhamos em todos os níveis nas entranhas do mundo exterior e paralelamente fazemos então o caminho de distanciamento de nós mesmos. Lá adiante, por algum motivo, invariavelmente descobrimos que o apego sentido naquele momento agora é fonte de sofrimento. Através desse aprendizado, a consciência, como que num toque de mágica, percebe muito claramente que desapegar-se significa tão-somente desligar-se da ilusão e religar-se com a VERDADE.

Acupuntura na Terapia Ocupacional